era uma casa vazia.
entrou uma palavra,
depois veio uma frase
e, enfim, entrou o verso.
tudo o que ali se calava
nos silêncios de sua base
tornou-se então o inverso
e passou a habitar a casa
e ganhou essência de asa.
desde então, a casa vazia
virou ambiente de espanto:
o que era folha em branco
fez-se casa de poesia.