Histeroneurastenia & Caopoeta
Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.
Visito a vida com as sombras
do caos no rosto.
da música transfigura-se
o sensível dos ossos
o AMAR sacia-me.
Esperar
é na verdade um coração imenso
é a boca de flores adultas
que em vez de laivos de luz
só intensificam a angústia
e rasgam em nossa boca
o grito perturbador do abismo.
És o meu regresso;
o que demora o movimento
e me devora o corpo,
no respirável e no suicídio.
Aguardar
são asas quebradas desde a infância
ou asas que nunca chegaram a nascer,
como filhos da dilaceração, que somos.
Filhos sem sonhos e sem sorrisos
pois a névoa e o éter
são tudo o que nos povoa a consciência.
Onde está o humano em mim?
Onde está o caminho traçado
que eu procuro nesta floresta do alheamento?
É no silêncio
que a carne apodrece o cântico
e as ruínas da palavra feita são
o corpo e o ânus
do erecto, apenas ficamos poemas cansados.
É do medo dos sentimentos
que abro o ventre das perguntas
e cubro-me do pássaro que sou.
Amacio o rosto da fadiga
e somos asas uma e outra vez
até alcançarmos o píncaro do céu
na nossa última ascensão em queda.
06/06/2009