Caminhando cabisbaixo, andar lento, pesado
nos ombros carrega grande fardo, no coração
um turbilhão de sentimentos, engole o choro
feito um menino, quando seu trenzinho saí do trilho
A estrada é comprida, parece não ter final
embora a dor, desilusão, embace os olhos
pelas lágrimas que rolam pelo rosto, nem
tudo porém, na vida que vive é só desgosto
Lembranças, enevoadas lhe chegam a mente
das muitas horas de alegria, folguedo onde
alegremente, a alegria fazia parte inerente
da sua alma impregnada de plena inocência
Ouve os gritos, canções, que embalam corações
das brincadeiras de salão, das piruetas,
cambalhotas, das suas muitas caras engraçadas,
enquanto diverte essa criançada
Enquanto o palhaço brinca, se diverte por fora
Seu peito sangra, seu coração chora
Vida de palhaço é assim, antes de si, vem a arte
a arte em primeiro lugar, arte de fazer sorrir
Arte de fazer aos lábios de todos, a alegria florir
Palhaço é um ser imortal, um ser intemporal
tem alma pura de criança, que brinca no jardim
embora trilhe estradas com obstáculos sem fim
O seu lugar no mundo é... onde está, há alegria
pois sua missão nessa vida, está acima
de toda dor, de toda desilusão, pois o palhaço
não é profano, na sua vida a regra é fazer sorrir
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)