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São Jorge,
o dragãocida.
Dominador de satélites
e giras,
lógus do guerreiro,
Ogum das guias.
Espadachim estelar.
Escondeu os tesouros que encontrou
na lua
na forma de cristais -
cristos magnéticos
de magma, quartzo
e cascalho.
O cascalho remete
à poeira estelar,
compostela do chão
sob o tesouro enterrado
por onde andam terráqueos,
estrelas terrestres.
A vila,
poalha branca e clara
como a superfície
nua, pele lunar,
comporta um vale
de onde se contemplam
crateras,
memórias de vulcões milenares
e dragões na forma
de borboletas azuis.
A beleza é tanta
que as pedras da beirada,
chapadas,
todas filosofais
da vida eterna de pedra;
choram cachoeiras
em invocação da Oxum
que baila espuma
nas encostas chorosas,
lágrimas desbravadoras
de rios
com nomes de anjos e índios.
A Vila de São Jorge
é a caixa-forte.
O cofre da entidade.
O que eu falo é verdade
pois eu estive lá.
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