Que o vento deixe de soprar furioso,
que se calem as vozes do desespero,
que emudeçam as aves canoras,
que o sol se esconda
nada, desse todo, me importa!
Sou a folha que voa em busca do nada,
respiro o silêncio da minha acalmia,
levo-me em pensamentos vazios!
Sou metáfora dos meus sonhos
metamorfose da minha vontade irreal
sou utopia ou quimera inventada!
Que me importa a mutação do mundo
ignoro se o luar se apagar
e as estrelas deixarem de brilhar,
não me afecta que as flores esmoreçam
e que os aromas se tornem inodoros,
ignoro as noites de breu
e os dias ensolarados!
Nada me perturba, porque não sou matéria
Sou tão-somente, simples essência.
José Carlos Moutinho