DESEJOS DE MULHER II
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( carência )
Guardo nas entranhas
as lavas frias da paixão
e frustações tamanhas
que até me dói o coração
Do amor já perdi a medida,
o cheiro, o tato e o gosto,
agora vivo a minha vida,
carregando este desgosto
que a razão me faz perder,
quando a saudade aperta
para que eu possa sofrer
e me sentir ilha deserta
Queria conhecer alguém
para consumir o prazer
que o corpo puro retém
e com amor lhe oferecer
As noites agora passo,
perdida no mundo virtual,
onde sublimo o fracasso
e a carência sentimental,
mas nada vale o toque
e a magia de um beijo
que alma trás a reboque
quando renasce o desejo
Encerro no meu coração
os amores por quem vivi
e conheci a doce ilusão
até ao dia que os perdi
Agora abandonada e só,
Ao fado peço clemência,
e que o destino tenha dó
me saciando esta carência
que dá de beber à dor,
porque não quero morrer
sem resgatar este amor
que me faz sentir Mulher
Lud MacMartinson
LMP - Luxemburgo, 2007<br />http://pirilampox.blogspot.com/2007/09/desejos-de-mulher-ii.html
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