Corpos, só há corpos
neste espaço!
Tantos corpos,
apenas-corpos-entre-ciprestes!
Cemitérios de ilusão,
sepulturas de nostalgia,
jazigos de tristeza,
tumbas de solidão!
Mas porquê se nelas só há
corpos?!
As pessoas são muito mais
do que simples corpos!
São o que pensavam,
o que diziam,
o que sonhavam ...
... são o que sentiam,
o que choravam,
o que sorriam ...
... são inteiramente
aquilo que viviam!
E isso morte alguma
poderá matar!
Ninguém nunca poderá
enterrar-entre-ciprestes-a-sombrear!
Corpos! Aqui só há corpos enterrados!
Corpos-entre-cedros!
Porque não há possível sepultura
para as Almas ...
Ricardo Louro
Em Lisboa
(Algures junto às sepulturas mas para lá das campas, porque afinal, as pessoas não morrem ...)
Ricardo Maria Louro