.
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.
A varanda sempre te acolheu,
ali, num cantinho
ao lado do vaso de miosótis
sob a vigilia da samambaia.
Contemplastes muitos crepúsculos
sempre vestida com paninhos
de estampa xadrez, e aos teus pés,
tapetes de retalhos coloridos.
As estrelas que surgiam
junto com o anoitecer
cintilavam em homenagem ao teu balançar
coreografado com a brisa.
O amanhecer sempre te encontrava
tranqüila, serenada.
Quando olho-te já esmaecida pela
idade, lembro o quanto foste acolhedora
companheira dos meus velhos pais,
gingando contigo em tantas tardes e noites
divagando taciturnos no tempo.
Entre tantas recordações
está voce, cadeira de balanço,
na varanda, balançando ao vento...