Minha doce infância em Padre Miguel
Lembro-me com nostalgia da minha infância em Padre Miguel, morávamos em apartamento na Rua Santana do Ipanema, era bem na divisa entre Padre Miguel e Bangu, frente ao apartamento a escola Roberto Simonsen, seus muros todo pichado, lembro-me de suas árvores que transpassavam os seus muros, as ruas de paralelepípedos, um pequeno campo de areia na retaguarda do apartamento nós o chamávamos de campinho.
Tudo era mágico, tudo isso no final da década de 80 e início dos anos 90, eu bem jovem, deveras uma parca criança levada e cheia de esperança, vivia eu com os dentes quebrados pelas tantas quedas das escadas, meus joelhos, braços sempre com machucados pelos tombos que eu tomava na rua e na calçada culpa da bendita pipa avoada...
Deveras eu vivia a correr como um louco atrás de pipas era uma espécie de vício infanto-juvenil que imperava em nosso Brasil, bela infância eu vivi.
Fugia eu também dos meninos mais fortes que me ameaçavam e no carnaval era vez de fugir dos bate-bolas, quantas emoções eu vivi em tão pouco tempo de vida, minha mãe trabalhava nesse tempo em uma padaria próxima, íamos eu e minha querida vovozinha (já falecida) a tarde comprar pães frescos, era a maior alegria quando a minha mãezinha eu via... Que alegria que nenhum verso poderia descrevê-lo era pura poesia...
À noite as estrelas iluminavam os céus e nos brindavam com a sua arte que alegrava toda a natureza, era pura beleza, destreza. Na calçada eu me encontrava com os meus amigos e conversávamos e brincávamos às vezes aquela pequena pelada, descalços com os pés muitas das vezes ralados corríamos atrás de uma bola velha sem nenhuma valia deveras, era nesses momentos que virávamos grandes jogadores de futebol, éramos Bebeto, Romário, Maradona, Taffarel, éramos grandes... Imaginávamos uma grande torcida a nos observar, a cada gol um momento de fama peculiar, nós ficávamos horas e horas a jogar, agora só restam às lembranças de tempos de criança, muitos desses meus pequenos amigos hoje já não se encontram entre nós fizeram escolhas erradas na vida, outros não tenho mais contato, mas, às lembranças são eternas e isso ninguém leva, confesso que tenho muitas saudades desses tempos em que tudo era simplicidade não havia vaidade tudo era uma grande arte...
Por Leandro Yossef (05/05/2013)