Poemas : 

exercício 2

 
" ... se a leva na batalha e já vence adversário,
só na beira a enfeita com medalha. ..."

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exercício 2




Não farfalha. A todos calha,
junta poeira, acompanha,
na fronteira, sem salário.
Veste pródiga, o proprietário,
veste a freira, o operário,
no estilo rococó. Branca e preta,
carijó, desde os tempos da vovó.

Não se serve de bandeira,
nem se acha no antiquário.
Já a vestiu, solitário, um faraó,
cobriu ela uma caveira,
também a usou, temerário, um bocó.

Se a leva na batalha e já vence
adversário, só na beira a enfeita
com medalha. Sem sair do itinerário,
não se presta a brincadeira,
não se usa como toalha, na bebedeira,
no fundão do seu mocó. É asneira só.

Sempre a cose a costureira,
num ato involuntário,
desfiando o rosário.
Não se queima na fornalha,
não se joga na cachoeira,
não se esquece no armário,
nem se deixa no xilindró.
Não é fina, como o filó,
ao contrário.
É grosseira como cipó.

Se tudo mais na vida falha,
se enrole na mortalha,
mas não desista do forró.
Se agarre, faça cordoalha,
fique acima da gentalha,
esse bando de coió.
Não lhes dê nem a migalha, só
responda no gogó, abotoando
o paletó, faça um forrobodó.






" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."




 
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LuizMorais
 
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