"... consorte do fracasso, reteso a corda
do arco imortal, tanjo débeis cordas da lira..."
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- calabouço da alma em ninho de estrelas -
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Raízes da alma, mera dispersão,
atormentado por um destino traçado,
sem outro caminho,
havia pão para o corpo,
de esperanças, a alma faminta vagava.
Todos os amigos estão mortos,
jazem tão serenos,
nas avenidas dos cemitério,
povoam mausoléus.
Suas almas nômades
apascentam no céu,
um rebanho de guindastes.
Todas as pessoas sabiam,
exceto as que choravam,
exaltavam todas as datas,
exceto as escritas a giz.
Escreviam todas as palavras,
exceto as que confortavam,
orientavam todos os navios,
exceto os de velas negras.
Um anfitrião invisível
servia côdeas de pão,
desprezando com desdém
pêssegos dos jardins das Hespérides.
Jaziam nas pedras dos altares,
devorados pelos monstros das idades
- heróis seniores tão antigos quanto a serpente.
Todos os que entram nos templos
encontram feroz na intemperança,
Baal anfitrião de todos os deuses,
de todos os tempos, imprecando,
transcendendo dinastias bastardas,
maldições em todas as tribos.
Um aceno para idólatras dos deuses,
não criam cãs, eles não envelhecem,
apenas vão ficando cinzentos,
retornando ao pó grisado dos tempos.
De geração desatinada, consorte do fracasso,
reteso a corda do arco imortal,
tanjo débeis cordas da lira.
Espantalho entre os vivos,
meu destino disperso:
- calabouço da minha alma
jaz em ninhos de estrelas.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."