Na penumbra de uma noite, enquanto eu segredava aos meus dedos, polidos pelo tempo...Ansiei o amanhã.
O sussurro incerto e triste de cada segundo,
A batida repetida de um relógio sem tempo,
Foi nesse momento que eu desejei o fundo,
Quando só queria dizer: "Eu lamento".
A minha alma ficou mais forte,
Hesitada chamou-te, desde o Sul até ao Norte,
O facto é que eu estava dormindo,
Como se descanso chamasse a morte.
Nesse vago olhar entra a escuridão,
Almejando a luz da tua voz,
O silêncio era inquebrável e trovão,
Nem a quietude deu algum sinal...
A única palavra que falei foi a palavra sussurrada pelo tempo,
Um eco murmurou de volta desgasto pelo vento
Apenas isso, e nada mais.
E nessa noite tenebrosa, embora vestisse uma triste fantasia sorridente,
A pintura grave e severa do rosto foi a que usei.
Para deleite do dia que se avizinhava,
Sorri novamente e disse: "Eu amei".
Nuno Nebel