Olhava o horizonte embalada pela beleza do rio
o céu nublado deixava um ar nostálgico a vista
algumas embarcações singravam, indo e vindo
no balanceio do banzeiro, prestes à tempestade
Repentinamente, as aguas em ligeiro rodopio
criou un grande funil, e se arremessou aos céus
gritei excitada, a plenos pulmões e logo vovó
ao meu lado chegou e explicou da sua maneira
Era o Arco-íris que bebia das águas do rio
disse-me ela que de vez em quando, acontecia
do arco-íris, vir até ali beber e sua sede esmaecer
e deixar que os barcos continuassem a navegar
Se no momento dele beber, nenhum barco passar
é um sinal de paz entre o céu e o homem do rio
mas, caso o contrário, faz o barco naufragar
e se levado ao fundo do rio e lá ser encantado
E em noites de lua cheia, os barcos aparecem
e se em suas rotas um barco afundado
pelo arco-íris sedento, encontrar outro barco
navegando, eles pela noite toda se enfrentam
e o vencedor é quem conseguiu manter seu prumo
sem sair do rumo, estorias de pescador
contadas em noites esquecidas ao pé do fogão
nas casas dos avós às crianças em noites de serão
Hoje, eu sei desse real fenomeno, chamado
Tromba dagua, que entre a ilusão e o real
Prefiro guardar, na memória de uma versão
contada pelos meus avós em certa noite de verão
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)