Algures neste espaço e tempo sinto-me perdido...
Pergunto-me onde tudo começou... onde me perdi, de mim. Ou será que nunca fui, que nunca me encontrei?!
Lembro-me de alegria em criança, do interesse que tinha pelas coisas... lembro-me de seguir as indicações daqueles que me mostravam o caminho.
Hoje olho para trás e vejo que tudo foi tão fácil.
Vejo que não sei lidar com a dificuldade. Sim, a verdadeira dificuldade da vida.... para isso não existe preparação senão passar por ela.
Sei que houve aspetos da minha aprendizagem que me faltam hoje. Talvez me tenha tornado demasiado calão... pouco de meter mãos à obra. Talvez, neste tempos difíceis, me tenha sentado demasiado à sombra do que anterior tinha feito e de onde tinha retirado bons frutos. Talvez tenha abdicado do esforço necessário, do trabalho, do afinco, para confiar demasiado na sorte futura que não chegou.
Perdi-me algures entre a parte de depender dos meus pais e a parte de depender só de mim. Agarrei-me às possibilidade de recuperar o irrecuperável e vivi, no inicio, em função disso, largando afinal, aquilo para o qual tinha trabalhado, e do qual fui acusado de o ter feito em demasia.
Penitenciei-me afinal tanto plo que não fiz. Afirmei tanto que o que fiz foi por aquilo que entendia ser o meu futuro e depois abdiquei de quase tudo para tentar aquilo que queriam que eu fosse mas, afinal, não fui a tempo.
Será que não fui a tempo? Não, não fui....
Será que fiz o correto antes ao ter feito como fiz em prol de objetivos que achava ser comuns? Fiz sim!
Então onde falhei? Falhei ao achar que havia falhado e quis-me mudar. E, engraçado... mudei, fiz o que queriam, agi roçando a perfeição e afinal, não chegou. Dizem: “-já foi tarde!”.
Pergunto-me novamente... Falhei?... não, não falhei!
Nem foi tarde nem foi cedo. Foi na altura que tinha que ser e o erro, mais uma vez, foi achar que errei novamente e algo fiz mal. Não, nada fiz mal... fiz tudo como devia ter sido feito. Esqueço-me por vezes que do outro lado existem pessoas que também falham e que afinal falham bem mais do que eu!
Condeno-me por não ter visto os sinais, por não ter feito mais. Hoje olho para trás e, cansado, resignado, sinto que fiz acima do que devia, sinto que lutei por quem não me queria nem nunca quis. Envelheci-me, acobardei-me... fiz das tripas coração e, simplesmente, achei que tinha de ter que ver tudo, achei que tinha que resolver tudo... e então sim, descobri o meu erro!
O meu erro foi ser mais do que precisavam que eu fosse; O meu erro foi calar-me; o meu erro, afinal de contas foi ser eu!
Afinal... Falhei?
Não, não falhei!
Afinal de quem é a culpa?
A culpa é do erro!
O Erro sou eu!
Rodrigo Lamar 18/05/2013