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Quadros relacionais
do museu humano, eu.
A distância do meu raciocínio
é equânime
à moldura.
A dura casca
que limita meu horizonte,
ângulos retos
da minha imperfeição.
Nos quadrados imperfeitos
a tinta de infinito
escorre
marginal
em delírio flagrante
e o quadrante, intacto.
Pincéis de tempo
e utensílios de outras
matérias!
Cubículo multidimensional
onde materializo
a morte,
in vitro,
na ponta da pena.
Limite metafísico
da minha resolução
de problemas.
Não sintam pena!
Não sou culpado.
Minha cognição,
quadrada,
enjaulada
na moldura
que a vida obriga ter.
A tela,
onde passa o tal filme
ante-morte,
estandarte
do meu esqueleto moral
esculpido em mármore
rígido
até o limite da beira
da moldura,
salvo do mar,
amor,
loucura e o precipício
brilhando no sextânte.
Cada instante
é fotografia
do mesmo mural.
O mesmo cara,
quadrado,
normal -
eu.
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