Se queres me dar, dar-me logo
Quer seja ida, amor atravancado
E não me venhas com desculpas
Dizendo que não há culpado.
Se queres, tire-o logo, depressa
Sem pejar a minha vasta culpa
Sem dizer que ainda sou amado
Sem mirar no rosto e pensar: Coitado.
Se queres dar-me, te apressas
Sem dizer que ainda sofre-(um bocado),
Sem gemer por entre a face
Sem lágrimas, diz-me, sem melado.
Se queres,diga então encravada!
Pois o buteco tem pressa,
A cachaça que se entorna resseca,
E há lágrima?-(aos gritos implora)
Há lágrima, por ti?-(aguardas encabulada)
-Esqueça, por ti não chora.
"Morremos gestantes da ansiedade que nada espera."