Desabafo
Vai, por fim, a todas as manhãs,
meiga mãe dos homens,
tirar do peito imensa mágoa,
que só teu amor apaga,
e da boca terrível a fome
que engole o próprio homem.
Em uma tristeza profunda,
de todas as feridas que existem,
o vazio que a alma inunda
entoa na noite tão triste
e enche os olhos de lágrimas.
Na sombra da árvore da vida,
que teve em breves momentos
o renascer na terra, da lama,
a dor da eterna partida,
o amor que a alma reclama.
E nestes últimos dias,
o ódio, as guerras, o terror
tomaram a alma dos homens,
tiraram sua alegria,
e neste resto de dias,
o amor.
Alexandre Montalvan