Irmã,
Eu beijo a serpente
Eu mordo a maçã.
É quando acordo
Pela manhã
E estás nua
Na minha cama,
É quando acordas
E me falas
Das náiades,
Dos bosques e romãs.
É quando vejo
Que guardas
Entre as pernas
As nossas horas
Mais fraternas,
É quando me ofertas
A flauta de Pã,
A noite
E as cortesãs,
É quando dizes
Que odeias o Tebaida,
E que tua casa
É a opulenta Alexandria,
É quando confidencias
Que enganaste
O monge cenobita
E que jamais deixaste
De ser uma hetaíra.
É quando me despertas
De um quotidiano
De culpa e engano,
Bafejando-me,
Junto a cascatas e fontes,
O alegre nome:
“- Silvano, Silvano, Silvano...”
Oh, irmã,
És Taís
A devolver-me
A meu verdadeiro país!