Na parada de ônibus
num nevoeiro intenso
animais cansados, feridos,
ouvimos tantos problemas
ali na plataforma do trem,
a locomotiva uivando
oboé soou com a trompa
e tambor bateu forte
com o cano da pistola.
no carro da ambulância
intoxicação acontece
cheiro de cânfora
fios de cobre fizeram alarde,
soou um alarme
acordou todos os soldados:
sem braços e sem pernas,
saíram fora dos carros
no meio da multidão
trombone suspiro misturado
grita na ponta de um tubo
no silêncio mulheres dão de ombros
nos braços de homens solteiros,
os olhos das crianças cintilam
lágrimas ao longo das rugas
de rostos encarquilhados.
Alguém viu lá fora
ninguém ouviu uma voz,
em algum lugar à esquerda
tambor repercutiu bateu forte
questão geral de interesse:
porque nós não estávamos lá,
se todos eles estavam indo lá?