porções de nuvens cor de rosa a cair,
há poesia na noite, mas os pássaros já não cantam.
a abóboda celeste foi preenchida com manto negro,
estou no pomar de framboesas maduras
e vi tons de ouro na plumagem de um pássaro.
Ondas invisíveis fizeram estremecer as agulhas magnéticas,
o pinheiro chorava a resina âmbar,
o voo dos pássaros, mergulho dos peixes com o uivo do vento,
entre estrelas cintilantes.
Grito no vazio a voz ecoa no deserto,
a coruja da noite chorando
a assepsia dos germes do universo.
Uma voz cantava doce,
Acordado, como autômato, ergui a cabeça
viu um anel de fogo como um disco solar.