Lembram-se do “meu” esqueleto?
Pois bem, o meu esqueleto que não é o meu, é uma personagem que eu eu aqui fiz uma reportagem da sua vida.
Farto de ter problemas no Norte de Portugal onde vivia, decidiu de vir para Lisboa. Encontrou trabalho numa agencia de sondagens mas ficou pouco tempo, foi despedido por falta de resultados. Sempre que ele se aproximava de alguém:
-È para uma sondagem...
Não tinha tempo de terminar, as pessoas tinham tal medo, que fugiam a sete pés, logo, os resultados eram nulos e ele ficou sem emprego
Hoje, anda muito em baixo, já perdeu alguns quilitos, psicologicamente, nem me falem, não tem casa onde morar nem para se abrigar do frio, este passa por ele em grande velocidade visto que nada há que trave a passagem ele está todo aberto, o que é normal, é um esqueleto e um esqueleto é um esqueleto sem proteção.
Dorme aqui e ali, debaixo das pontes em noites mais frias ouve-se o cac, clac, clac, dos ossos que tremem de frio que até parece que estamos em Sevilha num concurso de castanholas.
Há pouco temo, ele foi visitar um dos cemitérios da Capital, falou com o chefe e perguntou-lhe se não havia por lá um casita entre tantas que que estivesse livre.
O chefe pô-lo fora do cemitério barafustando, o que é que você aqui? O seu lugar é lá num buraco, sei lá, o esqueleto sentiu que a sua dignidade se um ser esquelético estava a ser ofendida e foi-se embora.
Continuou a procurar trabalho e teve uma ideia genial.
-Porquê, não vou eu ao Estadio do Benfica ver o Benfica /Estoril? È um clube frequentado por gente do capital, patrões, etc e talvez falando com alguns deles consiga um emprego.
E se bem pensou, melhor o fez. Foi ver o jogo e chegou ás bancadas no momento preciso em que o Estoril marcou o golo.
Ninguém tinha dado pela sua presença, visto que o entusiasmo era tanto que todos os aficionados só olhavam para o relvado e não faziam atenção a mais nada mas com o golo do Estoril, todo o estádio gelou, os adeptos olhavam uns para os outros incrédulos e deram pela presença do esqueleto e foi o cabo dos trabalhos. Viram nele um mau presságio, pegaram no esqueleto, levaram-no para o ponto mais alto do estádio e lá foi o esqueleto borda fora.
Escusado é dizer, ficou feito em peças separadas e como nada estava numerado, nada havia a fazer e o pobre do esqueleto foi brutalmente recolhido a pá e vassoura e levado para um Hospital Universitário para os alunos poderem fazer os seu estudos.
Moral: procurar do trabalho, é um perigo público.
E assim termina a história de um esqueleto que muito sofreu por amor. Paz à sua alma!
A. da fonseca