Numa manhã de sol o País começou a chorar desenganos.
Inimigos entraram na cidade quase deserta,
a multidão silenciosa deixava seus lares,
lotaram as praças elegeram seus líderes.
Como folhas do outono caíram sobre os exércitos,
arautos alardearam aos ventos, um bastião tomado.
À morte seguiu-se o saque e a matança,
os Generais recolhiam-se aos seus quartéis,
com os olhos fixos nas praças de armas,
chamaram às pressas todos os homens válidos.
Em nenhum lugar vai encontrar um homem no campo,
somente mulheres ficaram nas casas,
lamentando aos gemidos as mortes dos entes queridos,
que largaram a charrua e as segas dos trigais,
tomando fuzis calando baionetas,
nas duras pedras as pás de sapa cavando trincheiras.
Apressem-se Heróis da Pátria, mostrem os peitos de aço,
busquem-se viveres para alimento das tropas,
nossos cães já nos serviram de alimento,
abriremos aos céus os esgotos,
guardaremos como troféus pestilentas ratazanas.
Que venham as mais doces vivandeiras
com roupas roxas como as flores da paixão.
Esperaremos por eles poderosos e tão rudes pessoas,
ao longe exibindo as fogueiras dos acampamentos,
tentando dormir em meio ao burburinho geral.
Vamos lutar com brilho nos olhos, pela Pátria,
florescendo a verdadeira coragem nos peitos,
não pouparemos o sacrifico de nossas vidas,
para a defesa do Solo Sagrado da nossa Mãe.
E se perecermos no fragor grande disputa,
não granjearemos um tumulo ornado de bronze.
Somos homens livres, seremos enterrados,
nas valas comuns, ultimo abrigo dos soldados mortos.
Durante a batalha, lembrem-se no nosso Céu,
da vegetação das dumas onde as troikas deslizam,
das nossas casas, o carinho das nossas mães e mulheres,
da ternura nos olhos infantis dos nossos filhos...
Não os deixaremos ficar, empurraremos através do Volga
pagarão com milhares de vidas a tentativa vã.
Mas não esqueçamos que os exércitos inimigos,
querem nos fazer escravos do poder estrangeiro,
vamos à luta marcharemos unidos nas áreas amplas,
abriremos o céu com um leque de fogo dos fuzis,
atacaremos homem a homem calando as baionetas,
até que o general inimigo tome seu cavalo,
desabe do sorriso arrogante que trazia no rosto,
e vire seus exércitos em debandada em direção ao oeste.