Nos braços da minha mãe há muitas histórias para contar
Mães como a minha são poucas, embora muitas saibam amar
Os braços da minha mãe são arte e saber de muito melar.
O cheiro da porta dela faz cobiça no estômago
Falam algumas vizinhas ´que é sempre bom por lá passar
Não há Pudim Molotof como o dela
e Arroz-doce para degustar
já não falando do Angel cake
do bolo de chocolate, laranja, maçã, noz,
aletria doce,
torta de laranja,
mousse de chocolate,
bavaroise de Morango,
bavaroise de Ananás,
pudins
e por aí a fora…
…Ainda não parei e tenho que continuar…
No Natal nunca falta o bolo-rei as azevias de grão e por aí a fora…
Na Páscoa nunca falta o folar os ninhos com fios de ovos e por aí a fora …
Por aqui ainda só falei de alguns doces porque se falasse dos pratos de comida feitos pelos braços da minha mãe tinha muito mas muito mais para contar.
Já devem estar a pensar que a minha mãe era cozinheira de profissão (já dei por mim sentada em mais que um restaurante a pensar que deveria ter ido antes à casa da minha mãe), não, não era a minha mãe era telefonista e depois passou para a parte administrativa continuando sempre a administrar a sua casa com mãos de fada, mãos que sabiam fazer qualquer coisa, assim como as nossas roupas que eram feitas na boutique lá de casa, as camisolas de lã e toda a outra costura que nos ensinou,as rendas e os bordados também.
Os olhos da minha mãe sempre brilharam muito mais na cozinha, ainda hoje com os braços inchados e com muito menos mobilidade ela não pára, ela sempre gostou de fazer comer e de nos fazer comer bem.
Eu gostava que todas as crianças tivessem a sorte que eu tive.
Tivessem uma mãe como a minha.
A mais doce e a que faz os melhores doces
A melhor mãe do mundo.
Cristina Pinheiro Moita /Mim/