O Zéca era o ardina
A Cristina a varina
Da nossa Lisboa.
Dois jovens amantes
Como havia dantes
Lá na Madragoa.
Sempre sorridentes
Airosos , contentes
Felicidade no ar.
Bairristas de raça
Que tinham a graça
De quem sabe amar.
Ela amava-o tanto
Que com certo encanto
Lhe disse ao Luar.
Leva-me à Igreja
Bendita seja
Quero-me casar.
E um dia,
Lado a lado, no Altar
O sim deixaram saltar
Dos seus lábios risonhos.
O amor,
É o caminho da razão,
A via para a paixão
E a rota para os sonhos.
Seus olhos cintilantes
Como diamantes
Brilhavam de amor.
Seus lábios sorriam
Lábios que só queriam
Beijar com ardor.
Dois corações amigos
Agora bem unidos
Para a vida inteira.
Há festa na Madragoa
Está feliz Lisboa
Engalanou-se a Ribeira.
A vida é um carroucel
E a Lua de Mel
Tem o seu lugar.
Ela será doce e divina
Para o Zéca e para a Cristina
Não vai acabar.
A. da fonseca