Quero ver até onde me levam neste caminho onde só as pedras falam, onde só o vento canta, onde só a chuva cai tão serena, mas tão desvairada. Quero ver onde me levam os charcos das calçadas, onde só se molha quem não tem casa para se acolher nem caminhos novos para andar.
Lá fora há gritos e lamentos escondidos por entre a chuva. Cá dentro há de tudo um pouco até que a noite chegue e traga com ela, mais um grito que se esconde por entre nuvens de silêncio. Um silêncio inquieto que aguarda só por mais um rosto enquadrado no novo espaço, na secura das vozes quentes mas irrequietas por mais um dia que começará, sem saberem como irá terminar.
Amanhã é mais um dia, a palmilhar por caminhos novos, onde a chuva deixou marcas e algumas pedras a descoberto.