Eu não sei se escrevo
Ou se derreto de algum jeito
Pois letras
Borilam no meu peito
Ora propõem um fato
Querem o exato do que é imperfeito
As primeiras, ardentes
Surgem em frente, saem da mente
Do sentimento
As que a seguem se confundem
Sugerem, surpreendem
O castigo
É perdê-las de todo no fim
Na exatidão, na execução
É o que está falho em mim
Se falo não escrevo
Se penso não falo
Se calo, me perco
Se perco, me abalo
Daí às letras...
É longo, vazio, vago
Percebo na sombra a resposta
Na luz a retomada
No tempo, o verso
Nas mãos sou pleno sentimento
Letras no tempo
Na forma, no pensamento
Descrevem a vida, a memória
A lembrança, a história
Letras fervem em idéias
Brincam nas veias
Precisas, alegres ou sérias
Brincam com os sonhos
Brinquedos do poeta.
BRINQUEDOS DO POETA
Daniel Flosino Lopes (Danny)
Poeta, compositor e escritor
Canções em festivais de músicas como MPB-Shell, coletâneas literárias da Shogun Arte e Crisalis Editora pelo Rio de Janeiro, crônicas no jornal Gazeta de Ribeirão Preto entre outras obras.