Eu estava juntando os retalhos.
Abri meu armário, corri pra pia
Enxuguei os prantos
Derramei felicidade pela casa
Sujei a vida de alegria
Mas organizei aquilo dentro do sobrado
Fiz um puxadinho, dei uma arrumadinha lá no quarto
Porque o primeiro já tinha acabado
O Segundo passou como terceiro por mim.
Mas quando vi o que tinha feito, não me arrependi
Sorri, Sorri de Soar o vento com o nariz, pois havia pó
Melhor rir, ri de mim, que gargalhava de sobrar
Que como podia aparecer, uma alma tão serena
Dentro de meu próprio lar, que costumava enxergar
Montante de roupa que eu queimei, pra não lavar
Já não me importava como ia aparecer
Fiz florescer lá no jardim da esperança
Uma flor de pura e solene forma
Mas a casa simplesmente desabava enquanto caminhava
Porém não procurei pelos erros ou defeitos
Construí novo conceito, fiz com que o que já estava feito
Novo parecesse, arrumei de conserto, meu novo pretexto
Escrevi de novo na parede o que havia gritado
Desenhei de forma natural seu proceder e seu olhar
Que não me canso de guiar, até onde vá
Voltei me para sala de estar, pois lá deveríamos ficar
Ser, viver, morar, obter e vivenciar
Os verbos nesta morada se renovam, mas o texto nunca é novo
Inédito, somente minha ânsia por ti
Que ainda não sei de que cômodo procede
Eis que agora vamos juntar e refazer aqueles velhos alicerces
Mas não nos privemos com os muros de reclamações
Porque está casa está de portas abertas a quem queira visitar
E observar, que realmente o lar, e a junção do meu ar com o seu
Aquele que casa com asas, voa de maneira esplendida
Já não pertenço mais a mim mesmo, sim a meu eterno lar
Que este mundo tendes a privar, mas que convosco sempre estará.