Negrinho do Pastoreio
Era um menino bem negrinho
Sendo esperto, mas franzino
Que ajudava a um estancieiro
Tinha quase uns quinze anos
E sempre tinha em seus planos
De um dia ser um boiadeiro
Um dia acabando seus pealos
Voltou sem um dos cavalos
Que pertencia ao seu patrão
Por isso apanhou até sangrar
E à noite teve que procurar
Com um toco de vela na mão
Mas não encontro o tal cavalo
O fazendeiro pra castigá-lo
O amarrou em um formigueiro
Foi mordido até a sua morte
Pois foi esta a sua dura sorte
De ajudar o mau estancieiro
Noutro dia seu patrão foi ver
Arrependido não queria crer
O que ele viu naquela hora
O menino sorrindo montado
No cavalo branco procurado
Dando adeus e indo embora
Dizem que aí naquele lugar
Quem por acaso atravessar
Em uma noite de escuridão
Ouve o tropel de um cavalo
Dum chicote se ouve o estalo
E alguém c'uma vela na mão.
jmd/Maringá, 29.04.13
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