Amigo Poeta Fotograma,
Eu não sei se este seu texto é um meta poema (sem o tracinho
, para quem se dedica à composição linguística), ou seja lá o que o amigo lhe queira chamar. Para mim, e para quem o ler e se der ao trabalho de o analisar, é um texto desprovido de qualquer sentido já que "nem sempre" e "nunca vem" são frases com sentido antagónico. E não é só aqui que o Amigo poeta se dispersa no que diz, num espaço tão curto...
Ora, fixemo-nos na observação final com que rematou o seu brilhante comentário resposta.
"sensibilidade não é algo a que me presto com o que escrevo"
Esta frase é um novo fotograma. Desta feita, é a fotografia da ignorância, pois, não há quem escreva sobre determinado assunto, que não seja sensível a esse assunto - que tenha sensibilidade suficiente para o discernir.
Debrucemo-nos sobre o seu último texto:
concebido de livre ventre
rebento de males e agouros
sabe-se a sós por todo sempre
desde liberto por um estouro
sua dor não maior que sua ira
do peito brotando-lhe raios
da boca os trovões há quem fira
gela a todos o olhar nefário
nenhuma pessoa ou demônio
presta-se a sua encarnação
é antes o sopro que ponho
pra fora sem qualquer razão
Quanta capacidade de análise - quanta sensibilidade...
Eu acredito que o Amigo Poeta quisesse dizer:
"sentimentalismos não é algo a que me presto com o que escrevo"
...
Contudo, eu não seria justo se não lhe dissesse que, no seio deste seu snobismo literário, o Amigo Poeta também escreve textos bastante razoáveis, porém, não com categoria suficiente para que eu possa ser "sua plateia", muito menos o seria com qualquer amargura...
Um abraço,