Saltimbanco
Os tempos mudam.
Assim, estou a recordar
e era eu pequenina.
Andava a passear
senti um burburinho
e uma corneta a tocar.
De súbito, mais à frente,
vejo grupos a correr
e juntar-se muita gente.
Não percebi a razão,
mas senti que a minha tia
me apertou muito a mão.
Olhei um pouco medrosa
um grupo de saltimbancos
e que coisa curiosa.
No passeio, um velho tapete,
uma menina magrinha
de calça amarela e colete,
contorcendo-se no chão
saltava, fazia o pino
rodava como um pião.
Um cãozito amestrado
por um palhaço andrajoso
tocava um tambor furado.
Um rapazito, fazia magia
a mulher velha, sem dentes,
com um prato na mão, pedia.
Puxei pela tia, corri pelas ruas
em vez de rir bater palmas
como as outras criaturas.
Eu chorava em grande pranto
cheia de pena, assustada, dizia:
Não quero ver, mais (sautibanco)!
Vólena