“Já, com popa ao Nascente flamejante,
Asas os remos são na empresa ousada,
E o lenho sempre à esquerda voga avante.
“Já do outro polo a noite levantada,
Via os astros brilhar: o nosso, entanto,
Na planície imergia-se salgada:”
A Divina Comédia – Inferno – canto XXVI
Sangue debaixo da pele acerba vaidades
em todos íntimos deixando na distância
fileiras de entes inclinados que choram
lágrimas de asbestos dos porões permutadas.
Brado de morte soa em tudo que se abranda;
inquietações atenuadas, aparente tranquilidade.
Seguir por caminhos prosaicos sem congregar
dias de calendário, as vaidades frívolas deixar.
Em lufadas de paixões, a partir das altas torres,
seguir só pelos signos, no caminho dos cometas,
onde todas rosas alvas desabrocham em sangue.
Em camas postas de mentiras dissipar as razões,
sem eco, eclipses, fundamentos em desespero,
dilacerando a alma exposta no centro da mesa.