"querer que um povo sobreviva de esperanças
é como querer arrebanhar nuvens com peneira e encaixotá-las um engradado de tela"
Este poema não tem a intenção de desmerecer ou ofender a quem quer que seja. É uma sátira, chamando a atenção para a velha forma de resolver problemas neste pais. Ou seja, ninguém faz nada e que todos confiem em deus.
lamentava a pobre viúva:
“ - estamos esperando a chuva,
mas nada da danada chegar,
quando choverá, vai demorar ?”
“ - esta terra está tão seca,
nem tem água para se beber,
para o sertão virar charneca,
vai ter que muito chover”
resignada, como todo aquele povo,
perguntava ao filho mais novo:
“- e o que a gente vai fazer
até o sertão florescer? “
o rapaz cofia a cabeça
e diz depois de muito pensar:
“ - mainha, fique calma, não esqueça
tem sempre alguém para nos olhar “
“ - não precisa se preocupar
não vai acontecer nenhum mal
o governo já vai mandar
garrafinhas de água mineral”
“ - todos nos vamos fazer a festa
com lindoia,minalba, bonafonte,
até que nosso sertão vire floresta
depois da chuva apontar no horizonte.”