Poemas : 

Devaneios

 
Tags:  verdade    eu    ódio    Flagelo    Impio    Sucinto  
 
Devaneios
 
Minha doce e amada eloquência
Me descapela vivo, e me fere no mais intimo
Deixando-me assim aflorado, jogado as traças
Que nunca por si só passam, e me ultrajam
No vermelho que sangra, quase incompleto
Em que me veste de sujo rancor sem temor
O mais odiado dos ódios se baseia naquilo que mais odiei
Mas que bonita contradição, irmão que mata irmão
A vida que mesmo sucinta, espera e de novo repita
Levei meu pensamento às verdades não ditas
Pensei em que mentiras falariam, onde se esconderia
Meus devaneios se tornaram ímpios diante desta confusão
Donde me tendes até o chão, que só me sucumbirão
Voei de um planalto, me joguei do penhasco
Tentei andar descalço, cortei o ultimo pedaço
Aquilo que sobrou, quando me decepou
Levou metade daquilo que não tinha, o inverso que já desconhecia
Porem me resgatou tirando o alento causado pelo tempo
Martírio sombrio que o possesso me incluiu, e já não me é mais
Não es vulgar, pois está coberto de inveja ressentida
E pelas feridas mal curadas e que venho por meio destas palavras
Dizer que meus flagelos somente esperam que tenha tempo de ouvir
Que no ímpeto, plácido e formoso temor, não me julgues incapaz
Pois sou aquilo que me faz, e quando perguntas o que me fez
Contarei até três, suspirarei e te entregarei a morte pelos vassalos
Surgem reluzentes como um futuro bom, que tormenta meu passado mal
Alegria não me faz, mas altera o sofrimento que de meu encalço não saí
Olhas o brilho da luz, sente que ela te seduz, e que te manda para longe
Foges agora pequena alma, que pelos campos se acalmam
Corre pequeno ser, que por onde andas a de temer, e onde for ser
Mais que o dia e a noite, mais que sol ou luar, pra reencontrar.
Caminhos que nunca percorri sem sorrir de tristeza chorar
Agora em minha consciência unicamente está, seu peso em meu arfar.
Senti o amargo atravessando a minha boca gélida
Vesti pela ultima vez minha face de anjo, aprontei-me com as flechas
Sustentei o arco na altura do peito, e em um instante acabou
O que escrevi, não foi para dizer adeus, mas sim, de que este não sou eu


TihH Shallow Life

 
Autor
shallow
Autor
 
Texto
Data
Leituras
986
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.