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Há dias em que
logo que chego,
logus pé,
e encontro o dito em riste,
no meu andar, o pê.
Nunca vejo o ser
que saiu de lá
recente,
vindo de cima
ou de baixo.
Outros dias,
os seres e seus dedos
de botões de espera
e chamada
se espalham
nos andares parados
do edifício.
É difícil.
Pego escadas
antes de me jogar
nas veias da cidade.
Hoje,
chego e pasmo:
o dito, parado
abre as portas
só,
para eu entrar.
É como se o ser,
talvez alado,
o chamasse
e reservasse
só para meu embarque
na viagem interdimensional
que se faz
no elevador.
Quando entro,
o espelho em perfeito reflexo
da minha imperfeição
me mostra o olho que
compreende a vida
como o elevador.
O ser convexo quer escrever um poema
sobre a vida,
altos,
baixos,
em letras de caixa alta.
É que além de subir
e descer
tudo o mais
são esperas
ou escadas
e portas batendo no corredor.
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