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,nunca saberei da cor dos barcos,
ou
das varandas, onde se pintam
as orquídeas,
,das despedidas, que em abril me desabrigam,
sem tempestades breves,
são como viagens em constantes regressos,
um dia,
,mas rasgam a pele,
num outro dia qualquer,
interrompem-me, interrogam-me.
,afundam-se um pouco mais.
(I)
,haverá sempre mais uma maré, direi.
(II)
,nunca saberei dos demónios escondidos,
quais cila e caríbdis,
que reclamam espaço, fronteira,
distâncias do viajante, apenas quis,
ser.
,e soltam-se as amarras, como se o impossível
outro vogasse assim, sem escala, portos de abrigo
visíveis a olho nu,
fica o horizonte que antevejo,
quão perto de tão longe,
apenas me sossego,
apenas por um momento, a voz invade o silêncio
dos demónios que restam.
(III)
[as orquídeas em branco ofuscam o verde das varandas desertas,
os barcos?
,continuam ancorados, ondeantes.],
,a água das chuvas, escorre pelas ruas.
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Segundo a mitologia grega Cila era habitualmente relacionada a Caríbdis. Os dois, monstros marinhos, moravam nos lados opostos do estreito de Messina e personificavam os perigos da navegação perto de rochas e redemoinhos.
25 de Abril, sempre!
Textos de Francisco Duarte