Poemas : 

INCERTEZAS

 
O sangue disse pra gota:
Não quero ser você manchada

Enquanto o tempo dizia pro ar:
Me perco em seu corpo

E as palavras pra voz:
Sem você não existo, não sou nada

E o louco para alma:
Sou tão pequeno, fraco e torto

No canto o silêncio:
Quase calado, chorava

Vinha do olho esquerdo:
Sorrindo do direito e cego

Os olhos não dizem:
Nunca as mentiras da alma

E as bocas nunca choram:
Por amores que não existem

No final o fim reclama:
Que vida curta, durou tão pouco

E o eterno que está sempre por perto:
No abraçar o acaso encontrava caminho

E o só nem sempre sozinho:
Beijava a amada e calado chorava
Na primeira pessoa, a segunda jurava
Que amava a terceira, tudo incertezas.









José Veríssimo

 
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veríssimo
 
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