Loucuras de poeta
Poeta sou eu que sinto, que escrevo
Poeta sou eu que declamo, o que sinto
Poeta sou eu que deito palavras ao vento
Nada me falta, tudo tenho e tudo procuro
Nada me completa, mas a felicidade encontrei
As palavras o meu refúgio, os sentimentos ocultos
Paixões vividas, desejos por realizar
Nestas linhas de contradição
Apenas vivo, apenas escrevo, apenas sonho
Um ser inacabado, simplesmente insatisfeito
Tu, musa encantadora, lábios de veludo
Corpo desenhado ao pormenor
És a minha tentação, o meu desejo, a minha loucura
O teu sorriso me cativa, a tua meiguice de menina me atrai
Quero fazer-te um convite, lançar-te um desafio
Deixa-me navegar nas tuas águas cristalinas
Acordar esse vulcão adormecido que há em ti
Deixa-o explodir de prazer, deixa que deite lava de paixão
Paixão tórrida, tão quente, que se misture com a minha
E na inquietude que somos se fundam duas almas
Que amem em silêncio
Enquanto dois corpos famintos se entreguem ao desejo
Que se estabelecem jogos de prazer, permutas de loucuras
Imagino-te serena, doce e meiga
Com um simples vestido de alças amarelo
Toco ao de leve nas alças do teu vestido de amor
Para que caiam suavemente pelo teu corpo
Deixando desnudo o teu peito, lindo, perfeito
Sedento de desejo, acaricio-o, sinto-o com o toque da minha língua
Sinto que vibras, sinto que queres que te faça mulher
Tu tens o desejo, eu a vontade,
Tu a beleza, o requinte de um olhar
Eu a ternura do toque, a entrega selvagem
Nesta contradição de sentimentos, amo-te ate a exaustão
tu já com os olhos vendados, deito-te
Faço-te sonhar, viajar a cada toque na minha língua
Tu imploras, tu pedes, tu exiges
E quanto o teu desejo estiver no auge
Faço-te mulher, faço-te feliz
Para que possa ver sorrir novamente
João Carlos Aleixo