O tempo não é hoje, não foi ontem, tampouco será amanhã, o tempo é AGORA e SEMPRE.
Ele é o mestre das surpresas e das cerimônias, guardião de todos os nossos momentos, das nossas memórias.
Então, diga-me: porque revoltar-me com o passar do tempo? O tempo não passa - é o mesmo -, pois é o nosso relógio que corre, muitas vezes acelerado "em busca do chamado tempo perdido", quando na verdade ele ao nosso lado está, aliás, sempre esteve (e ouso dizer, sempre estará, ainda que mudem os relógios, as convenções).
Cioso ou ocioso, o tempo nos permite utopias, fantasias, e vai pintando em nosso corpo as marcas de nossas próprias vivências, sejam elas boas ou más.
O tempo é mais que um pêndulo do relógio da vida, é a linha do horizonte, onde em algum ponto estamos, rumo ao infinito de luz, pois energia somos.
E em algum momento, como um ponto de cisão (análogo a uma estrela supernova), trocamos o uniforme terreno de tempo finito por um uniforme espiritual do tempo etéreo.
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 19-4-13.
Arte: Nas margens do tempo perdido, óleo sobre madeira por Micha Arkhipoff.