Poemas -> Saudade : 

QUE SAUDADE BOBA !

 
Meu dia acaba e num gemido de dor
Quando misturo o sagrado e o profano
Perdido sem me causar nenhum dano
Sangro na mente meu último amor

Externo o que torce pendura e muda
Interno o que brota acorda e dorme
E sem que se sinta sofre nega a ajuda
De tão pequena se faz grande enorme

Tudo que dorme por dentro queima fora
Quando escorre fere a terra e forma a vida
Dos olhos vermelhos ardem tudo que adora
No inverso o verso o contra senso da lida

Meu dia acaba tom desafinado desatino
Sem pontos sem sombras da mata queimada
No abraço a amada confessa nega o destino
Sombras mortas na curva da montanha alada

Ávida de dor grávida de nada encanta dor
E o tonto dorme dentro de mim sem sono
Solto mesmo tonto menos tudo coisas amor
Sábios enganados gritam juntos o engano

No fim acaba meu dia pelo prazer de acabar
E a amada que dormia dentro de mim acorda
Nesse parto me firo corto sangro a arranhar
Sangue em gotas brota meio corpo meio borda

Que saudade boba!



José Veríssimo

 
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Enviado por Tópico
fotograma
Publicado: 18/04/2013 02:45  Atualizado: 18/04/2013 02:45
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 Re: QUE SAUDADE BOBA !
gostei do tema e da construção do poema, com jogo de palavras entremeadas em sonoridade e significação

só acho que faltou umas vírgulas aqui e ali para tornar a leitura mais fluida. mas quem sou eu pra reclamar disso quando muitas vezes faço o mesmo?... rs

e é "ávida"