Nesta longa estrada da vida,
Com seu caminhão, com excesso de carga,
detona o asfalto, foge de assaltos,
E vai destruindo nossas estradas
Evitando pedágios, pagando os pecados.
Pagando impostos, o quê vai fazer?
O frete pequeno, tantas despesas
Cadê dinheiro para abastecer?
Se furar um pneu, adeus sustento...
Os pneus novos tem que financiar
E o caminhoneiro, tão destemido
Ainda insiste em trabalhar.
Chegando em casa, depois dessa lida
Viagem longa, que não rendeu nada.
Matar saudades de sua esposa querida
E sair à procura de uma nova carga
O filho cresceu, e ele nem viu
Quando é que foi que o filho cresceu?
Tão entretido com os fretes e a vida
Ele estava na estrada, não percebeu
O caminhão desgastado, ele envelhecido
O sonho que tinha já foi esquecido
Chegada a hora de se aposentar
E pra estrada querida nunca mais voltar
O coração está machucado
Agora não sabe mais o que fazer
O seu caminhão, sempre bem cuidado,
Ele, aposentado, teve que vender