Embriagada pela dor,
entre taças e taças,
de bebidas coloridas,
ora, doce, ora ardente,
ora amarga, que vai,
entrando na gente.
Corrói o corpo,
corrói à alma,
como as traças, correm
as folhas de um livro,
que, conta a estória
da gente.
Embargada pela grande dor,
a minha voz, afônica ficou.
Não há mais canto,
pois o pequeno rouxinol,
mudo se tornou.
Acabou o encanto,
a minha voz jaz,
agora, sem um único ruído,
apenas um, monossilábico,
ficou na garganta soterrado.
Embaixo de tantos entulhos,
de uma vida que desabou.
A minha altivez, banida de vez,
em escombros de destruição,
deixa meu corpo, que jaz sem força,
inerte, estirado, jogado,
no chão, inanimado.
Joguei todas minhas fichas,
numa jogada fatal.
Ou dava a volta por cima,
ou era uma luta terminal.
O prêmio pretendido,
era... jamais ser esquecido,
ser amado, ovacionado,
ser entendido e ser amado
no final.
Fadinha de Luz.[center]