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Doce tempero

 
Tempero
pão nosso de cada dia
que a mãe coze no forno
com esmero...
porque tudo se perdeu,
menos a hora de saciar
a fome na saudade.

hora que funde nas entranhas
saudades tamanhas,
realidade perdida
doutro tempo
doutro espaço
que ainda respiro, que ainda abraço

respiro o cheiro da terra
ouço as vozes nas ruas desertas
olho a mesma lua crescente
o mesmo sol ardente
as janelas abertas
a mesma sombra no chão deitada
a menina desajeitada
o mesmo chão fecundo
e ali é o meu mundo.

fecho a porta à chave
à saudade
e parto num vôo de ave
sonho...sonho... invento a fantasia
esqueço as rugas que me sulcam
o rosto...e,
enfrento mais um dia,
caminhos onde me cruzo
com a realidade.

natalia nuno
rosafogo


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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1896
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Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 16/04/2013 18:22  Atualizado: 16/04/2013 18:22
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 Re: Doce tempero
Amiga Poetisa
Natalia


As vezes queremos fechar a porta da saudade mas ela sempre foge por uma frestinha...belo e nostálgico...mas com a tua incomparável inspiração...parabéns amiga e obrigada por partilhares a tua linda nostalgia
Bjinhos
Carol


Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 16/04/2013 20:43  Atualizado: 16/04/2013 20:43
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 Re: Doce tempero
Poetisa Natalia
Belo e sentido poema!
Parabéns!
Beijos!
Janna


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 17/04/2013 02:29  Atualizado: 17/04/2013 02:29
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 Re: Doce tempero
Ah, a nostalgia sombra que nos acompanha!...
Identifico-me muito com teus poemas, pelas
lembranças, saudades e doce melancolia que
percebo neles, Natália.
Bj