Lá estava ela nua e frágil novamente,
Presa em sua eterna casa até a morte,
Se contorcendo tremendamente,
Clamando por um momento de paz.
Suas vestes já não lhe serviam mais,
Pois nela se guardava muito sofrimento,
Pensou em resistir e ser capaz,
E resistir a seus temerosos pensamentos.
Tinha algo em seu interior partido,
Tinha dor estampada em suas cicatrizes,
Tinham feridas extremamente abertas,
Tinha medo e horror em seu semblante.
Ao acordar de manhã estampava um sorriso não seu,
E carregava o coração dorido de sua veste,
Carregava olhos cansados e sem esperanças,
Molhada pelas lágrimas de seu interior.
Manchada pelo sangue a circundava,
Buscando o ar constantemente,
Tentando estar viva novamente,
Tentando ressuscitar o que morreu.
Aquela alma atormentada,
Dentro do corpo de gente,
Tentando fazer-se de contente,
Quando seu par perdeu.
Tatiane Nunes Freire