Estende suas asas
Do casulo em que se acha:
- Voeja ser vivente!
Bate as asas, volita rente
Às nuvens do céu!
Esvoaça num escarcéu
Borboleta sem igual!
Alma de gente, alma imortal,
Flutua na brisa do dia!
Volita plena da alegria
De experimentar a vida,
Que perpassa, assim, tão vivida,
Pelas curvas da alma!
Voa pelo mundo, não se acalma!
Sente?!...Aspira o ar,
Voeja pela tarde sobre o mar!
Esvoaça pela primavera
Que desponta sobre a terra!
Volita sobre o manto
De vívidas flores, no encanto
De uma tarde azul!
Segue voando sem norte nem sul!
Adeja pelas cordilheiras!
Voeja pelo véu das cachoeiras
Que deságuam felicidades
Verdes, azuis, tons suaves
De raríssima beleza
É a cristalina cor das correntezas
Dos rios as margens...
Essas multicoloridas paisagens
Refletem trigueiras
As cores das asas faceiras
Que agitam o cimo dos leitos
Brilhantes, perfeitos,
Dos verdejantes vales aos montes
Das límpidas fontes
Que deságuam na lagoa
Por sobre onde voa
Explodem matizes azuis-violeta
Esplendorosa borboleta
Que esvoaçar tão belo
Simples, ingênuo, sincero!
O fosse assim o crédulo tempo
Em que voeja o meu pensamento!
Oh incomensurável sensação:
- Deixar no casulo a solidão,
E sentir - no voo da partida! -,
O gosto de se ter vida...
(® tanatus - 14/04/2013)