Um tapa na cara
Um chute no saco
Um prego na testa
Um nó seco no papo
Uma viola desafinada
Uma mulher não amada
Uma estrada sem fim
Uma casa de mal morada
Todos fugindo sem sentido
Todos correndo pro infinito
Todos calados num só grito
Todos tontos no último brinde
Nenhum é um último que resta
Nenhum ouviu que ninguém falou
Nenhum voltou do lugar que nunca foi
Nenhum fez de amada a última mulher
E por falar em amor na calma
O amor se faz escondido, no escuro
E por falar no assalto a alma
O assalto se faz no claro e na cara
José Veríssimo