Textos são existencialistas.
Para que serve o espaço?
Para criar papéis em branco,
reticências múltiplas de tempos não-sentidos,
ou turbilhões de olhos e ouvidos?
Temos tantos papéis em tantos sentidos...
Parafernália de sentidos
de estar sentindo
o sentido de quase tudo.
Em tão pouco tempo os papéis se tornam
tempos findos,
tempos nulos,
templos lidos.
Chegamos ao espaço.
Chegamos à caneta.
A caneta imita o tempo.
Nós escrevemos nós mesmos.
Inscrevemos nós mesmos onde passamos,
enquanto ficamos,
quando saímos,
no espaço o qual se insere o tempo que ficamos idos...
ou que permanecemos vivos.
Espaços são espaços escritos que nenhum tempo decifra.
Que o espaço os cubra.
Quem culpará o tempo do espaço perdido?
O tempo parece pathos-pó de espasmos de espaços...
Somos espaços de nós mesmos,
de outros espaços,
ou de tempos em branco.
Quem serão os espaços que tiram espaço dos espaços?
Que todo o vazio se esvazie de nada
antes que o tempo descubra
o estrago que o espaço fez no tempo.