Quero escrever um poema quando estiver muito tonto da vida
Quero construir o muro mais alto quando estiver cansado da massa
Quero seguir a última estrada quando me sentir perdido na primeira
Quero me renascer de um corpo pra me sentir meio por inteiro, meio sem mãe
Quem sabe não dizer nada e assim falar tudo que o nada diz pra quem tudo sabe
Mesmo calada a voz tem forças que a mais forte das forças sempre desconhece
Quem sabe o coração um dia irá bater naqueles que nem coração no peito existiu
E assim quando as vozes caladas puderem dar vida a vida e sentido do fim
Se o primeiro caminho não tem destino, quando me perder no meio da longa estrada
Não tente me encontrar naquilo que não posso ver, não tente entender minha mente
Ela faz do vazio a estrada mais concreta, o lugar mais seguro, minha louca poesia
Onde a gente se encontra pra não falar de nada, num momento real de grande vazio
Queria ter conhecido Cristo e assim poderia ter aceitado o Pregador do jeito que Ele é
Talvez, saber um pouco dos mistérios do universo e assim do meu real tamanho do que é grande
Tão pequeno, sem casa, sem morada, muitos segredos, buscado um amor real pra nunca gostar
Mais que seja real e sem medos a gente possa juntos das razões do viver apaixonado
José Veríssimo