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Pingos de Amor

 
No negro escuro da minha alma, vastidão!
Em fétidos charcos de catarros, lodaçais!
Pensamento imerso nesta grande podridão
Entre aves de rapina famintas, bestiais!

Triste este fim sem recomeço, sem perfume argentino
A essência das celas, entre feras e medo, sente o cheiro
Desta morte que rola na escada, neste imenso atoleiro
Este é o mar dos desatinos e das noites sem destino
Das eternas madrugadas.

As sombras se esgueiram nos caminhos
Coladas em suas burras negras perniciosas
Rebolos nas mãos e cobertas de espinhos
Naifas que ferem que sangram perigosas

Na morada do fogo que arde em meio ao inimigo
O passado me condena com a mão do insensato criador
De joelhos imploro o perdão deste amargo castigo
Neste mundo eu não tive nem um pingo de amor

Alexandre Montalvan

 
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montalvan
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