A poesia não é para dois ou três.
É para ele e para mim,
é para ti, que a lês,
ou para aquela, com perfume a jasmim.
Pode ser simples ou complicada.
É para quem abre a alma,
é para quem chora, ri, para quem ama,
para quem sonha acordada
ou para quem suspira à noite na cama.
Poesia é para quem tem amor
e dignifica esta arte,
é para quem chora a dor
de alguém que parte.
É para quem dorme à chuva,
para quem corre no deserto,
é para quem bebe a água turva,
é para quem está longe ou perto.
A poesia é para quem sabe as constelações
ou a tabela periódica.
É para quem examina os corações,
é para quem estuda a vida robótica.
É para quem não percebe nada de hipotenusas
nem dos catetos,
é para quem esquece essas coisas confusas.
É para o avô e para o neto,
é para quem pede inspiração às musas.
Poesia é para quem trabalha a terra,
é para quem vive do mar,
é para os que são contra a guerra,
é para quem é livre de sonhar.
Poesia é para quem cuida dos animais,
é para quem limpa as feridas,
é para quem ama a vida.
A poesia é para todos os mortais.