Sou a alma que a natureza aflorou
Geminada pelo grande sol
Numa noite que a lua flamejou
E o mundo perdera seu controle
Elegi o mar para meu berço
E suas vagas para me embalar
Nos sonhos em que rejuvenesço
Despertando para tudo amar
Outrora flores me deram carinhos
Anjos celestiais me vieram ver
Para me emancipar dos espinhos
Com que o inferno me quis fender
Porque meu íntimo è puro e imaculado
Como Arco-íris a cintilar
Que jamais pode ser abraçado
Apenas eu o posso beijar
Este carcaça que me sobrecarrega
Não è digna de tal vaidade
Ela exclusivamente se encarrega
De me ofertar a liberdade
Nutro-me da água da terra do ar e do fogo
Sorvo frio, calor, beleza e amor
Em controvérsia para meu desassossego
Tenho um coração pleno de dor
Sou tudo quando não tenho nada
E nada sou se tudo tiver
Pois a vida por mim cruzada
Nem a morte permite esquecer
Jazigo nos oceanos, nos desertos
Cresço nos rios, nas florestas tropicais
Pássaros me levam em destinos incertos
Minhas escreves são rocha e muito mais
Nem o tempo me poderá apagar
Ou infligir qualquer meta
Não tenho esse corpo, mas posso sonhar
Basta ter alma de poeta