Poemas : 

Devaneio do poeta

 

Sou a alma que a natureza aflorou
Geminada pelo grande sol
Numa noite que a lua flamejou
E o mundo perdera seu controle

Elegi o mar para meu berço
E suas vagas para me embalar
Nos sonhos em que rejuvenesço
Despertando para tudo amar

Outrora flores me deram carinhos
Anjos celestiais me vieram ver
Para me emancipar dos espinhos
Com que o inferno me quis fender

Porque meu íntimo è puro e imaculado
Como Arco-íris a cintilar
Que jamais pode ser abraçado
Apenas eu o posso beijar

Este carcaça que me sobrecarrega
Não è digna de tal vaidade
Ela exclusivamente se encarrega
De me ofertar a liberdade

Nutro-me da água da terra do ar e do fogo
Sorvo frio, calor, beleza e amor
Em controvérsia para meu desassossego
Tenho um coração pleno de dor

Sou tudo quando não tenho nada
E nada sou se tudo tiver
Pois a vida por mim cruzada
Nem a morte permite esquecer

Jazigo nos oceanos, nos desertos
Cresço nos rios, nas florestas tropicais
Pássaros me levam em destinos incertos
Minhas escreves são rocha e muito mais

Nem o tempo me poderá apagar
Ou infligir qualquer meta
Não tenho esse corpo, mas posso sonhar
Basta ter alma de poeta

 
Autor
almonteiro
 
Texto
Data
Leituras
976
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
2
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 11/04/2013 11:55  Atualizado: 11/04/2013 11:55
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10799
 Re: Devaneio do poeta
Parabéns pela beleza de todo o poema,
para mim tocou-me especialmente esta quadra

«Sou tudo quando não tenho nada
E nada sou se tudo tiver
Pois a vida por mim cruzada
Nem a morte permite esquecer»


Muito bonito, foi um prazer a leitura.